Um "blog sujo" desde 2 de setembro de 2009.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Lindberg desmacara Aécio com a lei delegado




Começaram os embates no Senado.. sangue novo.. Que mané Aécio ou mané Eduardo que nada.. o futuro é Lindberg


Dos Amigos do Presidente Lula


O senador Lindbergh Farias (PT/RJ), na sessão de 4ª feira, desmascarou o colega de senado Aécio Neves (PSDB/MG), membro da oposição que fazia uma celeuma por causa da palavra "decreto", escrita na lei que fixa o salário mínimo até 2015, como se fosse um ato autoritário contra o Congresso.

Lindbergh enquadrou Aécio: "Falar em esvaziamento do parlamento, é falar em lei delegada..."

Aécio, quando governador, arrancou da Assembléia Legislativa mineira, autorização para governar no início por lei delegada. É uma carta branca dada pelos deputados estudais para o governador editar leis sem precisar da aprovação do legislativo.

Aécio ouvir tudo calado. É esse o grande timoneiro tucano para 2014?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Wall Street contra os pobres e a classe média

por Paul Craig Roberts [*]

O novo orçamento de Obama é uma continuação da guerra de classe de Wall Street contra os pobres e as camadas médias.

Wall Street não acabou conosco quando os banksters venderam os seus derivativos fraudulentos aos nossos fundos de pensão, arruinaram as perspectivas de empregos e planos de aposentação dos americanos, asseguraram um salvamento de US$700 bilhões a expensas dos contribuintes enquanto arrestavam os lares de milhões de americanos e sobrecarregavam o balanço da Reserva Federal com vários bilhões de dólares de papel financeiro lixo em troca de dinheiro recém-criado para escorar os balanços dos bancos.

O efeito da "facilidade quantitativa" da Reserva Federal sobre a inflação, as taxas de juro e o valor cambial do dólar ainda está para nos atingir. Quando o fizer, os americanos obterão uma lição do que é a pobreza.

As oligarquias dominantes atacaram novamente, desta vez através do orçamento federal. O governo dos EUA tem um enorme orçamento militar e de segurança. Ele é tão grande quanto os orçamentos do resto do mundo somados. Os orçamentos do Pentágono, da CIA e da Segurança Interna representam US$1,1 milhão de milhões do déficit federal que a administração Obama prevê para o ano fiscal de 2012. Este gasto deficitário maciço serve apenas a um único propósito – o enriquecimento de companhias privadas que servem o complexo militar/securitário. Estas companhias, juntamente com aquelas da Wall Street, são quem elege o governo dos EUA.

Os EUA não têm inimigos exceto aqueles que os próprios EUA criam ao bombardearem e invadirem outros países e pelo derrube de líderes estrangeiros e instalação de fantoches americanos no seu lugar.

A China não efetua exercícios navais ao largo da costa da Califórnia, mas os EUA efetuam jogos de guerra junto às suas costas no Mar da China. A Rússia não concentra tropas nas fronteiras da Europa, os EUA instalam mísseis nas fronteiras da Rússia. Os EUA estão determinados a criar tantos inimigos quanto possível a fim de continuar a sangrar a população americana para alimentar o voraz complexo militar/securitário.

O governo dos EUA gasta realmente US$56 bilhões por ano a fim de que os americanos que viajam de avião possam ser porno-rastreados e sexualmente tateados de modo a que firmas representadas pelo antigo secretário da Segurança Interna Michael Chertoff possam ganhar grandes lucros vendendo o equipamento de rastreamento (scanning).

Com um déficit orçamentário perpétuo conduzido pelo desejo de lucros do complexo militar/securitário, a causa real do enorme déficit do orçamento dos EUA está fora dos limites para discussão.

O secretário belicista da Guerra, Robert Gates, declarou: "Se evitarmos as nossas responsabilidades da segurança global é sob o nosso risco". As altas patentes militares advertem contra o corte de qualquer dos bilhões de ajuda a Israel e ao Egito, dois dos funcionários da sua "política" para o Médio Oriente.

Mas o que são as "nossas" responsabilidades globais de segurança? De onde vieram? Por que a América ficaria em perigo se cessasse de bombardear e invadir outros países e de interferir nos seus assuntos internos? Os riscos que a América enfrenta são criados por ela própria.

A resposta a esta pergunta costumava ser que do contrário seríamos assassinados nas nossas camas pela "conspiração comunista mundial". Hoje a resposta é que seremos assassinados nos nossos aviões, estações de comboios e centros comerciais por "terroristas muçulmanos" e por uma recém-criada ameaça imaginária – "extremistas internos", isto é, manifestantes contra a guerra e ambientalistas.

O complexo militar/securitário dos EUA é capaz de criar qualquer número de invencionices (false flag) a fim de fazer com que estas ameaças pareçam reais para um público cuja inteligência é limitada à TV, experiências em centros comerciais e jogos de futebol.

Assim os americanos estão fincados em enormes déficits orçamentais que a Reserva Federal deve financiar imprimindo dinheiro novo, dinheiro que mais cedo ou mais tarde destruirá o poder de compra do dólar e o seu papel como divisa de reserva mundial. Quando o dólar se for, o poder americano também irá.

Para as oligarquias dominantes, a questão é: como salvar o seu poder.

A sua resposta é: fazer o povo pagar.

E isso é o que o seu mais recente fantoche, o presidente Obama, está a fazer.

Com os EUA na pior recessão desde a Grande Depressão, uma grande recessão que John Williams e Gerald Celente, assim como eu próprio, afirmaram estar a aprofundar-se, o "orçamento Obama" tem como objetivo programas de apoio para os pobres e os desempregados. As elites americanas estão a transformar-se em idiotas quando procuram replicar na América as condições que levaram aos derrubes de elites analogamente corruptas na Tunísia e no Egito e a desafios crescentes aos demais governos fantoches.

Tudo o que precisamos é de uns poucos milhões mais de americanos sem nada a perder a fim de trazer as perturbações no Médio Oriente para dentro da América.

Com os militares estado-unidenses atolados em guerras lá fora, uma revolução americana teria ótima oportunidade de êxito.

Políticos americanos têm de financiar Israel pois o dinheiro retorna em contribuições de campanha.

O governo dos EUA deve financiar os militares egípcios para haver alguma esperança de transformar o próximo governo egípcio em outro fantoche americano que servirá Israel pelo bloqueio contínuo dos palestinos arrebanhados no gueto de Gaza.

Estes objetivos são de longe mais importantes para a elite americana do que o Pell Grants que permite a americanos pobres obterem educação, ou água limpa, ou block grants comunitários, ou o programa de assistência em energia aos baixos rendimentos (cortado na mesma quantia em que os contribuintes americanos são forçados a dar a Israel).

Também há US$7.700 milhões de cortes no Medicaid e outros programas de saúde ao longo dos próximos cinco anos.

Dada a magnitude do déficit orçamental dos EUA, estas somas são uma ninharia. Os cortes não terão qualquer efeito sobre as necessidades de financiamento do Tesouro. Eles não interromperão a necessidade de imprimir dinheiro do Federal Reserve a fim de manter o governo dos EUA em operação.

Estes cortes servem apenas uma finalidade: reforçar o mito do Partido Republicano de que a América está em perturbação econômica por causa dos pobres. Os pobres são preguiçosos. Eles não querem trabalhar. A única razão porque o desemprego é alto é que os pobres preferem confiar no estado previdência.

Um novo acréscimo ao mito do estado previdência é que membros da classe média saídos recentemente de faculdades não querem os empregos que lhes são oferecidos porque os seus pais têm demasiado dinheiro e os rapazes gostam de viver em casa sem terem de fazer nada. Uma geração mimada, eles saem da universidade recusando qualquer emprego que não seja para começar como executivo principal de uma companhia da Fortune 500. A razão porque licenciados em engenharia não conseguem entrevistas de emprego é que não os querem.

Tudo isto leva a um assalto aos "direitos adquiridos", o que significa Segurança Social e Medicare. As elites programaram, através do seu controle da mídia, uma grande parte da população, especialmente os que se consideram conservadores, a assimilar o conceito de "direitos adquiridos" ao de estado previdência. A América está indo para o inferno não por causa de guerras externas que não servem qualquer objetivo americano, mas porque o povo, que durante toda a sua vida pagou 15% das suas remunerações para pensões de velhice e cuidados médicos, quer "dádivas" nos seus anos de aposentação. Por que estas pessoas egocêntricas pensam que trabalhadores americanos deveriam ser forçados através de contribuições sobre remunerações a pagar as pensões e cuidados médicos dos afastados do trabalho? Porque os afastados não consomem menos e preparam a sua própria aposentação?

A linha da elite, e a dos seus porta-vozes contratados em "think tanks" e universidades, é de que a América está perturbada devido aos afastados do trabalho.

Demasiados americanos tiveram os seus cérebros lavados a fim de acreditar que a América está em perturbação por causa dos seus pobres e afastados do trabalho. A América não está perturbada porque coage um número decrescente de contribuintes a suportarem os enormes lucros do complexo militar/securitário, governos fantoche americanos lá fora e Israel.

A solução da elite americana para os problemas da América não é simplesmente tomar as casas dos americanos cujos empregos foram exportados, mas aumentar o número de americanos aflitos com nada a perder, de doentes, afastados do trabalho e privados de tudo e de licenciados das universidades que não podem encontrar os empregos que foram enviados para a China e a Índia.

De todos os países do mundo, nenhum necessita uma revolução tão urgentemente quanto os Estados Unidos, um país dominado por um punhado de oligarcas egoístas que têm mais rendimento e riqueza do que pode ser gasto durante toda uma vida.

[*] Ex-editor do Wall Street Journal e ex-secretário assistente do Tesouro dos EUA. Seu livro mais recente, HOW THE ECONOMY WAS LOST , acaba de ser publicado pela CounterPunch/AK Press

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Plano de Ação Contra a Corrupção

Corrêa (E) e outro que também deve se orgulhar da carreira do Protógenes



Este ansioso blog já tinha previsto que o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) ia lançar um Plano de Ação Contra a Corrupção, o PACC do Protogenes.

Foi o que ele fez ontem, do púlpito da Câmara (ufa, quase conseguem impedir que ele se elegesse. Foi um sufôco !)

O projeto prevê que a pena do criminoso do colarinho branco seja correspondente à extensão do roubo.

O crime de peculato tenha a pena de homicídio qualificado (12 a 30 anos).

E que os processos de crimes de responsabilidade de funcionário público tramitem mais rápido.

O deputado (ufa, quase não deixam ele se eleger !) quer também participar da discussão do novo Código de Processo Penal.

Quem deve estar muito feliz com tudo isso é o ex-diretor Geral da Policia Federal, Luiz Fernando Corrêa.

Ele verá que um colega de trabalho, um delegado federal, agora brilha no parlamento e persegue os criminosos de colarinho branco !

A PF deve se orgulhar disso, não é mesmo, Corrêa ?

Eis o projeto:

PROJETO DE LEI No _____, DE 2011

(Do Sr. Delegado Protógenes)

Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, oDecreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, e a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na Administração Pública direta, indireta ou fundacional, e dá outras providências.


O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º O artigo 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa a vigorar acrescido de parágrafo único com a seguinte redação:

“Art. 59:


Critérios especiais dos crimes que gerem dano ao erário


Parágrafo único: Na fixação da pena de crimes que gerem dano ao erário, o juiz considerará a extensão do dano causado para elevar a pena base.” (NR)


Art. 2º O artigo 312 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa a vigorar acrescido de §1º-A com a seguinte redação:


“Art. 312:


§ 1º-A A pena será de doze a trinta anos, e multa, quando o crime previsto no caput resultar em expressivo dano ao erário.” (NR)


Art. 3º O artigo 317 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa a vigorar acrescido de §3º com a seguinte

redação:


“Art. 317:


§ 3º A pena será de doze a trinta anos, e multa, quando o crime previsto no caput resultar em expressivo dano ao erário.” (NR)


Art. 4º O artigo 333 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa a vigorar acrescido de §2º com a seguinte redação, renumerando-se o parágrafo único para §1º:


“Art. 333:


§ 2º A pena será de doze a trinta anos, e multa, quando o crime previsto no caput resultar em expressivo dano ao erário.” (NR)


Art. 5º O art. 17 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo:


“Art. 17:


§ 13 Terão prioridade de realização todos os atos e diligências nos processos e procedimentos judiciais e administrativos, em qualquer instância, destinados a apurar a prática de ato de improbidade.” (NR)


Art. 6º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


JUSTIFICAÇÃO


A corrupção é uma das principais chagas do Brasil. De acordo com o Índice de Percepção de Corrupção da ONG Transparência Internacional, em 2008, o Brasil atingiu a marca de 3,7 em uma escala que vai de zero (países vistos como muito corruptos) a dez (considerados bem pouco corruptos) e ficou em 75º em um ranking de 180 países avaliados.


A corrupção alimenta o tráfico de drogas em especial o avanço do crack nas grandes cidades e nas cidades do interior dos Estados.


Em 2009, entre os países da América Latina, o Brasil aparece abaixo de Chile, Uruguai, República Dominicana, Costa Rica e Cuba no ranking. Em todo o mundo, países como Itália, Brunei, Coreia do Sul, Turquia, África do Sul, Hungria, Geórgia e Gana tiveram índices melhores do que o Brasil.


Estudo da Fiesp realizado em 2010 revela que a corrupção no Brasil custa até R$ 69,1 bilhões por ano (“Corrupção no Brasil custa até R$ 69,1 bilhões por ano, diz estudo da FIESP”.

Correio Braziliense. Publicado em 10/05/2010).


Apesar dos avanços obtidos no governo Lula com o fortalecimento da Polícia Federal e da CGU, ainda nos encontramos muito aquém no que diz respeito ao combate rigoroso as práticas de corrupção.


Um dos principais problemas que dificultam o combate à corrupção é a cultura de impunidade ainda vigente no país. Essa cultura é ainda mais presente entre os administradores públicos. Estudo divulgado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) revela que entre 1988 e 2007, nenhum agente político foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante este período, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou apenas cinco autoridades. (“STF não condena agentes públicos há 18 anos, diz AMB” por Soraia Costa. Em Congresso em Foco. Acessado em 20 de julho de 2007).


Em seu discurso de posse a presidenta Dilma Rousseff destaca a necessidade de combater com firmeza a corrupção


“Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para aturem com firmeza e autonomia”


A proposição em tela visa contribuir com superação desse estado de coisas. Duas medidas são propostas:


a) alteração do Código Penal para prever expressamente que o juiz deve fixar a pena base levando em consideração a extensão do dano causado ao erário público, nos crimes contra administração pública.


b) equipara à pena de homicídio qualificado (doze a trinta anos) os crimes de peculato, corrupção passiva e corrupção ativa, quando sua prática resultar em expressivo dano ao erário público.


c) alteração na Lei de Improbidade Administrativa para conferir prioridade aos processos e procedimentos judiciais e administrativos destinados a apurar a prática de ato de improbidade.


d) alteração do Código de Processo Penal para dar prioridade de tramitação aos procedimentos judiciais em processos de crimes de responsabilidade de funcionários públicos.


Diante do elevado alcance social das medidas propostas, contamos com o apoio de nossos pares a fim de aprovar o presente projeto de lei.


Sala das Sessões, em de de 2011.


Deputado Delegado Protógenes

PCdoB/SP


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Dilema: empregadas domésticas ou estudantes?

Fernando Haddad, esse é o cara.


 
"Por que formar universitários pobres?"

"Editorial do Estadão é sempre peça cômica. Ontem bradavam o "Colapso do ENEM", o exame nacional que agora, com o SISU, se tornou a ponte direta do estudante pobre à universidade. Na Folha, com seus truques de estilo, usaram o mesmo trocadilho que o Boris Casói para acusar de "Inépcia" o INEP, órgão responsável pelo exame; pro Casói, é "Uma verrrrgonha" o anúncio de que seria criado um órgão para cuidar apenas do ENEM, não vendo nisso o reconhecimento de sua importância e provável crescimento ao longo dos próximos anos.

Tenho folheado esses dois jornalões diariamente durante todo o último ano e não me lembro de neles ter lido qualquer análise sobre o significado do ENEM, o que ele representa para a educação no país. Não apenas porque agora, com o SISU, integra a rede universitária federal, que cresceu enormemente nos anos Lula, com a rede pública de ensino médio, dando materialidade ao discurso do excelente Fernando Haddad de que educação tem que ser pensada de forma sistêmica, envolvendo a valorização de todas as idades e todos os atores do processo (alunos e professores; gestores e financiadores; acesso e qualidade). Mas também pela qualidade mesma do sistema de avaliação, que é o maior exame de ensino médio do mundo, com 4 milhões de estudantes avaliados em 1.700 cidades.

Ao contrário, só se veem críticas, e pesadas, à aplicação dos testes ou ao sistema eletrônico de inscrições. O site do SISU ficou lento por três dias (mas o número de servidores foram dobrados e o problema solucionado), os candidatos podiam ver as notas de outros durante vinte minutos (vinte minutos!!!, e o problema foi solucionado), houve erro na prova do ENEM (em 0,25% das provas!!!!) e pedem que o exame inteiro seja refeito. Hoje, com a divulgação da lista de aprovados no SISU, a manchete focava nas 176 vagas (de um total de 83.125!!!!) que não despertaram interesse dos mais de 2 milhões de inscritos.

Tudo parece um grande fracasso quando numa geladeira cheia de Serra Malte o míope investigador só vê as três latinhas de Belco batendo nelas com o nariz. A educação no Brasil está, de fato, e os números mostram isso, encontrando um caminho de crescimento consistente, ampliando e democratizando o acesso e focando em qualidade, com valorização do professor e da infraestrutura.

Fernando Haddad, esse é o cara.

Nada a ver com o que ocorreu mais ou menos uma década atrás, quando o MEC, para turbinar índices de aumento de vagas no ensino superior, tornou-se um balcão de licenciamento de armadilhas universitárias privadas, muitas das quais fecharam as portas pouco depois (por não ter qualidade para cumprir exigências acadêmicas) deixando alunos a ver navios, sem diploma e com um débito considerável pelas mensalidades pagas durante alguns anos.

Tem que melhorar o site do SISU? Sim, mas esse é o menor dos problemas. O engraçado é que os jornalões não percebem que as consecutivas derrotas políticas que colecionam têm a ver, também, com essa incapacidade de enxergar a realidade. Conseguem, no máximo, e a custo de muito ódio, manter fiéis aqueles que só sabem do mundo por meio desses mesmos jornais, sem qualquer contato com a realidade vivida por outras classes sociais, ou em outros lugares do país. Outro dia, na Folha disseram que o Haddad estava "sob observação", pois Dilma teria se reunido com ele para que explicasse os tais problemas do SISU. Uma interpretação no mínimo exótica de um fato totalmente dentro da normalidade, mas que denota o teor das notícias: a virtualidade que gostariam que existisse, não a realidade. Ainda mais lembrando que a Dilma, logo que foi eleita, declarou que concentraria a atenção em saúde e segurança pública, pois a educação, segundo ela, "estava encaminhada".

Mas o mundo não está de todo perdido, ainda existe sinceridade e pureza de coração. O filósofo Luiz Felipe Pondé, em sua coluna na "Ilustrada", declara peremptoriamente: "Para alguns, universidade é coisa de elite e pronto, e só assim realiza bem sua função. Sou um desses.". Aí desfila um discurso confuso, que eu não sei bem o que quer dizer, sobre o fato de que a democratização do ensino vem com o "barateamento do produto", referindo-se às más faculdades privadas, ou "a abertura de universidades às centenas e em quase toda esquina, quase sempre com qualidade duvidosa. 'Universidades a R$ 399,90 por mês'". Não que todas essas instituições tenham deixado de existir, mas não é mais o boom de outros tempos. E, não custa lembrar, o investimento em pesquisa (a elite da universidade, por assim dizer) cresceu mais de dez vezes no governo Lula, com resultados comprovados.

O colunista não leva em conta que o Brasil já dá sinais de que para um desenvolvimento sustentável precisa formar milhares de engenheiros, médicos, etc. etc. Por que não ter médicos e engenheiros (e outros profissionais de nível superior) de "origem humilde"? Desconfio que essa resposta não leremos nem na Folha nem no Estado."

por Maurício Ayer

"Que apagão?" - Do Blog da Cidadania



No dia 1º de junho de 2001 tinha início racionamento de energia elétrica para a indústria no Brasil. Três dias depois, teria início, também, o racionamento residencial. Essas medidas do governo Fernando Henrique Cardoso durariam até 1º de março do ano seguinte, perfazendo nada mais, nada menos do que NOVE MESES de economia forçada de energia aos brasileiros.

E de gastos muito, muito maiores com a tarifa da energia.

A manchete principal de primeira página do jornal Folha de São Paulo naquele 1º de junho do penúltimo ano do governo FHC, era asséptica: “Oferta de energia será crítica até 2003, diz BNDES”.  Havia ainda outra manchete, agora com pouco destaque, sobre a questão racionamento: “Começa hoje para as indústrias o racionamento de energia elétrica”.

Detalhe: os colunistas de política da Folha fugiram do assunto apagão” no 1º dia de um racionamento de energia que paralisaria a economia do país, aumentando o desemprego e a inflação devido à redução da atividade de uma indústria que teve que adequar a sua produção à oferta de energia existente, sendo obrigada, inclusive, a demitir empregados por falta de capacidade produtiva. Algumas dessas indústrias quebraram por falta de energia para produzir.

Na página A2 daquele 1º de junho de 2001, destinada às opiniões “da casa”, os editoriais tratavam da economia Argentina – que já caminhava para o desastre –, de atacar Antonio Carlos Magalhães – neo inimigo de FHC – e dos “Horrores do cigarro”, e os colunistas tratavam da política miúda.

Na página A3, o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello pedia “Menos leis, mais compostura” (defendendo a própria corporação) e um “paga-pau” qualquer discorria sobre “a extensa obra produzida pelo brilhante sociólogo Fernando Henrique Cardoso”.

Finalmente, na coluna de leitores, os assuntos foram saúde (versão do governo FHC), mais ACM (inimigo de FHC), “TV-arte” (fosse isso o que fosse), Anistia (puxamento de saco do jornal por um leitor), Planejamento (mais bajulação do jornal) e Bienal e Biomassa (e dá-lhe bajulação).

Na edição da mesma Folha de São Paulo de quase uma década depois, no dia seguinte ao blecaute de até quatro horas ocorrido no Nordeste no dia anterior, porém, o tom é de catástrofe iminente. Manchete de primeira página anuncia neste sábado, quase em pânico: “Total de apagões graves no país quase duplica em 2 anos”.

Além de textos críticos ao governo nas páginas A2 e A3, que quase uma década antes não compareceram no dia em que o país mergulhava em uma medida draconiana que tantos sacrifícios iria impor aos brasileiros, na edição deste sábado, 5 de fevereiro de 2011, há OITO matérias no caderno Cotidiano tratando do assunto, todas aumentando o pânico sobre o um problema episódico que ninguém ousa afirmar que irá impor um único sacrifício ao país e à sua economia além dos que causou na hora de sua ocorrência.

Essa situação de estabilidade do sistema elétrico nacional se torna clara em rápida análise do site do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que informa dados bem eloqüentes, como o de que a energia armazenada mensalmente, por exemplo, no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil em 2001, foi, em números redondos, de 45.000 MWmes, em média, enquanto que em 2010 foi de 125.000 MWmes.

Produção e demanda de energia no país, portanto, estão equilibrados. O aumento do número de interrupções de energia a que se refere o jornal que se preocupa mais com a situação de fornecimento de energia elétrica hoje do que em 2001 se deve ao aumento exponencial da demanda aliado à característica histórica do Brasil de levar energia de uma região a outra por meio de linhas transmissão, sempre sujeitas a acidentes.

Não falta energia ao país. Nenhum especialista na matéria que possa ser considerado sério e isento dirá que há uma situação preocupante.

Mas é claro que a Folha conseguiu um “especialista” que dissesse o que queria ouvir. Como não poderia deixar de ser, um membro do setor de energia do governo FHC, alguém envolvido no RACIONAMENTO que durou NOVE MESES e que agora vê com “preocupação” o segundo grande BLECAUTE no país após 2001/2002. Dois eventos que duraram, ao todo, nem DEZ HORAS.

Diante dos fatos supracitados e da gritaria da mídia por um problema de interrupção de fornecimento de energia – que, segundo o governo, foi absolutamente episódico e ao qual está sujeito todo o país que tenha a característica do nosso de transmissão de energia de uma região a outra –, cabe perguntar: de que “apagão” estão falando esses caras-de-pau?

Restaurante conceito em Manaíra - chiquérrimo


Um espaço criado para atender a pequenos grupos que queiram desfrutar de um serviço personalizado, em um ambiente aconchegante e um tratamento diferenciado. O espaço é destinado às pessoas que queiram desfrutar dos prazeres mágicos da gastronomia contemporânea, “do nosso jeito”, com criatividade, elegância, dedicação e amor, aliado a um momento exclusivamente seu. Por este motivo, o cardápio poderá ser criado para cada ocasião, de acordo com o desejo do cliente e disponibilidade dos produtos no mercado, sendo estes, o mais fresco possível. Se preferir, pode optar por um menu confiance, onde a escolha do prato fica a nosso gosto.


O Quintal é um espaço que foi idealizado com o intuito de reunir amigos, e através de indicações, criar um grande ciclo de amizades e transformá-lo em um ponto de encontro.

Como funciona?

A área comporta em média 20 pessoas, que poderão escolher entre a parte interna – com ar condicionado – ou a parte externa – um quintal gramado ao ar livre. Porém, ao contrário de um restaurante comum, o Quintal funciona somente sob reservas. O cliente precisa ligar e fazer a reserva com no mínimo de 3 dias de antecedência.
Faça sua reserva e venha conhecer o Quintal restô e o que ele reservou para você.


Oficinas gourmet

São oficinas livres realizadas pelos chefs com o intuito de ensinar ou aprimorar o prazer de cozinhar. É indicada para qualquer pessoa que tenha o interesse de conhecer a arte culinária mais profundamente.

Essas oficinas são divididas por módulos. Segue abaixo alguns exemplos de futuros módulos:

- Habilidades básicas (pré-requisito para os demais)
- Molhos
- Carnes e peixes
- Cozinha brasileira
- Massas italianas
- Sobremesas
- etc.

Yoga, massagem e Pilates no Quintal

Além das “atividades gastronômicas” o Quintal oferece outras possibilidades vinculadas ao bem estar:

- aulas de Yoga no Quintal;
- massagem no Quintal;
- aulas de Pilates no Quintal

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Os jornais, a democracia e a ditadura do mercado – a cobertura das eleições presidenciais de 2002 - Inês Nassif


Este ansioso blogueiro considera Maria Inês Nassif a melhor analista de política de um jornal do PiG (*).

Surpreendentemente, ela sobreviveu à ofensiva do Padim Pade Cerra e sobreviveu no Valor (que, como se sabe, é controlado pela Folha (**) e pelo Globo).

Como se sabe, este ansioso blogueiro considera Cerra o nosso Putin.

Putin lidera um Governo em que, por coincidência, jornalistas de oposição costumam aparecer com a boca cheia de formiga em ruas de Moscou.

Além do mais, Inês é uma estudiosa do PiG.

Em 2005, ela obteve o título de Mestre em Ciências Sociais, na área de Ciência Política, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Com a dissertação “Os jornais, a democracia e a ditadura do mercado – a cobertura das eleições presidenciais de 2002.”

Com a agudeza de um médico legista – afinal, trata-se de um cadáver insepulto, o PiG -  ela mostra como a Folha (**) e o Estadão trabalharam para eleger Cerra em 2002 e ajudar os bancos.

E o que é igualmente sinistro, operavam o “mercado” – aquele da “mão invisível” – em benefício dos “mercadores” e do Cerra.

O PiG jogou o jogo da especulação financeira que os banqueiros instalaram no Brasil com a ameaça da eleição do Presidente Nunca Dantes.

Inês trata com especial atenção (pág. 184) uma histórica entrevista que colonista (***) da Folha, Clovis Rossi, fez, no dia 8 de junho de 2002, com George Soros.

(Soros tinha sido o patrão do presidente do Banco Central da época, Arminio Fraga, quindim de Iaiá do PiG).

O notável financista fazia previsões apocalípticas: o Brasil estava condenado a eleger Serra ou mergulhar no caos.

Rossi esclarecia: “Não se trata desta vez, apenas, da habitual má vontade do mundo financeiro em relação a Lula e ao PT. É muito pior: trata-se de uma análise fria de como se mexem as engrenagens do capitalismo financeiro global, de que Soros não é apenas perito, mas também um ativo agente.”

“Se Serra ganhasse a eleição, afirmou (Soros), a situação mudaria, porque ‘o capitalismo global não se arriscaria a inviabilizar o melhor aluno do modelo econômico hegemônico (Serra)’.”

E concluiu Soros, nessa histórica reportagem da Folha: “Na Roma antiga só votavam os romanos. No capitalismo global moderno, só votam os americanos, os brasileiros não votam”.

Memorável.

Rossi foi testemunha da História.

Inês utiliza essa reportagem para mostrar, de forma conspícua, como os colonistas da Folha e do Estadão desempenharam “o papel de intelectuais orgânicos do capital financeiro internacional … na formação de uma hegemonia ideológica fundamentalista pró-mercado e no questionamento do papel do Estado – aqui, o moderno era a redução ao Estado Mínimo, que exerceria o papel regulador da economia”.

Inês mostra como o PiG disseminou o pânico, o que teve o efeito de provocar “um rápido deslocamento do dinheiro do país, em função do ataque especulativo ao Real, e rápidos deslocamentos de dinheiro entre particulares … Os jornais, portanto, foram instrumento da acumulação do capital financeiro … a informação passa a ser um instrumento da acumulação … intelectuais orgânicos (os colonistas do PiG – PHA) alimentam as mesas de operação … O boato e a especulação acabam tornando-se fatos.”

Os dois jornais – Folha e Estadão – jogaram o “jogo declaratório”, da informação sem contexto, irresponsável, não confirmada, não checada.

O jornalismo do “disse que”.

O economista do banco tal “diz que …”; o ex-diretor do FMI; o sub-do-sub da Secretaria do Tesouro americano.

Todos eles dizem que haveria o caos se Lula fosse eleito – o PiG e eles são cadeia de transmissão do pânico.

E as mesas dos bancos se enchem de dinheiro.

(O André Esteves, que acaba de comprar o PanAmericano, poderia dar um interessante testemunho sobre como o Banco Pactual “sofreu” com a eleição do Lula em 2002.)

E o Cerra “subia” nas pesquisas (na margem de erro, na verdade).

A Folha, segundo Inês, é especialista em “sensacionalização da declaração”.

O Estadão é mais despudorado: “a opção ideológica e partidária do jornal invadiu a informação, principalmente na economia.”

O PiG venceu ?

Não, Lula ganhou.

O “pânico” derrotou os operadores e os colonistas.

Mas, o PiG venceu, também, diz a Inês.

Lula oficializou a candidatura em 29 de junho de 2002.

Antes, no dia 22, lançou a “Carta ao Povo brasileiro”, “adequando-se às exigências do mercado”, diz Inês.

Ou seja, o PiG venceu: nomeou Tony Palocci Ministro da Fazenda (diz este ansioso blogueiro).

Inês faz uma pincelada sobre a eleição de 2006, aquela que Ali Kamel levou para o segundo turno – clique aqui para ler “O Golpe do primeiro turno já houve. Falta o do segundo turno”.

Em 2006, Lula não poderia ser mais o bicho papão do mercado.

O PiG jogou então a carta do preconceito social.

Lula era o candidato dos pobres, da Bolsa Vagabundagem (segundo a opinião de uma especialista em abortos, no Chile), dos nordestinos.

“O corte ideológico (em 2006) foi fundamentalmente social”.

Conclui Inês: “ … o momento zero, em que os jornais se assumiram claramente como intelectuais orgânicos foi o da eleição de 2002”.

Como diz esse ansioso blogueiro: o que seria dos tucanos de São Paulo não fosse o PiG, hein, Inês ?

Não passavam de Resende.

Em tempo: por que a editora Publifolha não publica a tese da Inês. E a Companhia das Letras ?


Paulo Henrique Amorim