Um "blog sujo" desde 2 de setembro de 2009.

domingo, 29 de maio de 2011

DOIS ESTADOS, UM PARTIDO - PSDB

PARÁ: GOVERNO DO PSDB, CASAL DE ECOLOGISTAS ASSASSINADOS





SÃO PAULO: GOVERNO DO PSDB, LIBERDADE DE EXPRESSÃO E MANIFESTAÇÃO CERCEADAS PELA PM


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Wilson Filho deixou de comparecer à votação do Código Florestal para participar de escolha da nova miss PB

Do Blog do Lenildo Ferreira

Pouca gente percebeu, mas o imberbe deputado federal peemedebista Wilson Santiago Filho, único paraibano ausente da votação do Código Florestal, encerrada no início da madrugada da última quarta-feira, deixou de comparecer à Câmara porque estava em João Pessoa, participando, na condição de jurado e padrinho, do concurso Miss Paraíba 2011.


Wilson Filho, todo feliz, integrando o corpo de jurados para escolha da miss


Enquanto companheiros de Wilson Filho, como Romero Rodrigues (PSDB) e Benjamin Maranhão (PMDB), comentava, via Twitter, o andamento da votação do Código Florestal, a mais importante do ano na Câmara dos Deputados, Wilson fazia uso do microblog para comentar a beleza das candidatas a miss.

“O que vocês acham? Quem deve ser a Miss Paraíba 2011? Campina, João Pessoa, Conde, Monteiro, Pedras de Fogo ou Cabedelo. Quem vocês acham que deve representar a PB no Miss Brasil? Cultura, beleza e talento no Concurso. Isso é a Paraíba”, registrava o jovem parlamentar, no decorrer do concurso.

No fim, enquanto parabenizava a vencedora, interpelado no Twitter sobre sua ausência no Congresso em uma sessão tão importante, Wilson evitou responder, mas saiu-se com uma argumentação sem pé nem cabeça. “Promover a cultura da Paraíba, a beleza e o talento das paraibanas é um ato muito importante. Que o Brasil veja e entenda que a nossa Paraíba vale muito”, tentou se justificar.

Fizemos, logo em seguida a apresentação do argumento de Wilson Filho, o seguinte questionamento, também via Twitter: “Então, o deputado considera que sua participação no evento Miss Paraíba é mais importante do que ter estado na votação em Brasília? Sobretudo tendo em vista ter sido a votação de hoje uma das mais destacadas do ano?”

Embora sempre interaja via microblog e, com certeza, tenha lido as perguntas, o deputado peemedebista fez que nada viu. Preferiu calar, ante a total impossibilidade de uma resposta minimamente sensata

Pimenta, Falcão e De Sanctis. A Justiça é ré.



Saiu no Globo, na pág. 16 breve e certeito artigo de Joaquim Falcão: “Pimenta Neves e a PEC do Peluso”

Falcão mostra que os onze anos dos recursos que deixaram Pimenta das Neves livre da cadeia não foram de graça.

O contibuinte “pagou salários de juizes, desembragadores, ministros, promotores, serventuários, delegados, contas de luz, água, correios”.

“Pagou serviços de informatização, de segurança, uso do patromônio público  Foram onze anos de despesas públicas.”

Falcão observa também: os recursos intermináveis da Justiça brasileira até o Supremo não garantem o direito individual: “em 5.307 casos, nos anos de 2009 a 2010, somente um houve (no Supremo) reversão da decisão a favor do réu.”

Por isso, Falcão defende a “PEC do Peluso”, do Presidnete do Supremo, que pretende abreviar o julgamento e reduzir os recursos.

Navalha
Uma palavra, para variar, sobre o Gilmar Dantas (*).

Outro, com o Cerra, falso jenio do PiG (**).

Por que ele, tão diligente, não propos a PEC do Gilmar, quando Governou o Brasil, do Legislativo ao Executivo?

Convém lembrar, como fez o inesquecível advogado Pioveasan – clique aqui para ler “petição pelo impeachment de Gilmar equivale a um BO” – Falcão, quando dignificou o Conselho Nacional de Justiça, cassou um juiz que dirigia negócios escolares muito parecidos com as atividades empresariais/escolares do Gimar Dantas.

Este ansioso blogueiro, personagem de 37 ações, lembra também que Daniel Dantas é outro: usa a Justiça, desperdiça o dinheiro público para tentar calar jornalistas (este blogueiro não é o único alvo dele).

Por fim, amigo navegante, vamos ver o que diz hoje, o corajoso Juiz Fausto De Sanctis, em artigo na pág. 3 da Folha (***) :

Decisões legítimas em nome do Estado de Direito contra os que detêm o poder político-econômico são, por vezes, consideradas excessivas ou com carga moral retórica desmedida, mediante argumentos filosóficos que parecem expressar não interpretação da lei, mas franca oposição à “prudentia iuris”.

O denominador comum parece ser sempre o mesmo: persegue-se alguém por algo que se alega inconstitucional ou perigoso: a busca da verdade. Deveria esta restar em segredo eterno?


Alguém que dedique suas energias a cumprir as exigências legítimas do direito à verdade, até mesmo quando haja, por hipótese, excesso de zelo, honra o cargo e dignifica a condição humana.


De Sanctis trata da perseguição que na Espanha se montou contra o Juiz Garzon.

Parecida com a que, aqui, Gilmar Dantas desfechou contra ele, De Sanctis.

A Justiça, amigo navegante, deveria sentar no banco dos réus.

E perguntar ao jurí popular se merece perdão.


Paulo Henrique Amorim

domingo, 22 de maio de 2011

Prisão ilegal de Battisti: uma farsa jurídica [Dalmo Dallari]

Por Dalmo Dallari (*)

Fingir que o Supremo Tribunal Federal ainda pode decidir sobre o pedido de extradição de Cesare Battisti formulado pelo governo italiano não passa de uma farsa processual, uma simulação jurídica que agride a Ética e o Direito.

E manter Battisti na prisão, sem que haja qualquer fundamento legal para isso, é ato de extrema violência, pois além da ofensa ao direito de locomoção, reconhecido e proclamado como um dos direitos fundamentais da pessoa humana e garantido pela Constituição brasileira, em decorrência da prisão ilegal todos os demais direitos fundamentais da vítima da ilegalidade são agredidos.

Basta lembrar, entre outros, o direito à intimidade, o direito à liberdade de expressão e os direitos inerentes à vida social e familiar, todos consagrados e garantidos pela Constituição brasileira e cujo respeito é absolutamente necessário para preservação da dignidade humana.

E a simulação de um processo pendente de decisão do Supremo Tribunal, para saber se Battisti será ou não extraditado, o que já teve decisão transitada em julgado, agrava essa violência e desmoraliza a Suprema Corte brasileira.

Na realidade, o Supremo Tribunal já esgotou sua competência para decidir sobre esse pedido quando, em sessão de 18 de novembro de 2009, tomou decisão concedendo autorização para que o presidente da República pronunciasse a palavra final, com o reconhecimento expresso de que é da competência privativa do chefe do Executivo a decisão de atender ou negar o pedido de extradição e com a observação de que deveria ser levado em conta o tratado de extradição assinado por Brasil e Itália. Estava encerrada aí a participação, legalmente prevista e admitida, do Supremo Tribunal Federal no processo gerado pelo pedido de extradição.

Depois disso, em 31 de dezembro de 2010, o presidente da República, no exercício de sua competência constitucional privativa, tornou pública sua decisão de negar atendimento ao pedido de extradição de Cesare Battisti. E aqui se torna evidente a dupla ilegalidade, configurada na manutenção da prisão de Battisti e na farsa de continuação da competência do Supremo Tribunal Federal para decidir sobre o mesmo pedido de extradição sobre o qual já o Tribunal já decidiu, tendo esgotado sua competência. 

Battisti: submetido há 4 anos a um tipo de
  prisão preventiva que agora não tem mais motivo
Com efeito, a legalidade da decisão do presidente Lula, negando a extradição de Cesare Battisti pretendida pelo governo italiano, é inatacável. O presidente decidiu no exercício de suas competências constitucionais, como agente da soberania brasileira e a fundamentação de sua decisão, claramente enunciada, tem por base disposições expressas da Constituição brasileira e das normas legais relativas à extradição, como também do tratado de extradição assinado por Brasil e Itália.

Não existe possibilidade legal de reforma dessa decisão pelo Supremo Tribunal Federal e não passa de uma farsa o questionamento processual da legalidade da decisão do presidente da República por meio de uma Reclamação, que não tem cabimento no caso, pois não estão sendo questionadas a competência do Supremo Tribunal nem a autoridade de uma decisão sua, sendo essas as únicas hipóteses em que, segundo o artigo 156 do Regimento Interno do Supremo Tribunal, cabe a Reclamação. Apesar da evidente falta de fundamento legal, a Reclamação vem tramitando com a finalidade óbvia, mesquinha e imoral, de manter Cesare Battisti preso por muito mais tempo do que a lei permite.

Quanto à prisão de Battisti, que já dura quatro anos, é de fundamental importância lembrar que se trata de uma espécie de prisão preventiva, que já não tem cabimento. Quando o governo da Itália pediu a extradição de Battisti teve início um processo no Supremo Tribunal Federal, para que a Suprema Corte verificasse o cabimento formal do pedido e, considerando satisfeitas as formalidades legais, enviasse o caso ao presidente da República. Para impedir que o possível extraditando fugisse do País ou se ocultasse, obstando o cumprimento de decisão do chefe do Executivo se esta fosse concessiva da extradição, o presidente do Supremo Tribunal Federal determinou a prisão preventiva de Battisti, com o único objetivo de garantir a execução de eventual decisão de extraditar. Não houve qualquer outro fundamento para a prisão de Battisti, que se caracterizou, claramente, como prisão preventiva.

Em 18 de novembro de 2009 o Supremo Tribunal decidiu conceder a autorização, o que foi comunicado ao chefe do Executivo com o reconhecimento expresso de que tal decisão não impunha ao presidente a obrigação de extraditar e a observação de que deveria ser considerado o tratado de extradição celebrado por Brasil e Itália. É importante ressaltar que cabe ao presidente da República “decidir” e não aplicar burocraticamente uma decisão autorizativa do Supremo Tribunal, o que implica o poder de construir sua própria convicção quanto ao ato que lhe compete praticar, sem estar vinculado aos diferentes motivos que levaram cada Ministro da Suprema Corte a votar num determinado sentido.

O STF só autorizou a extradição, cabendo a
Lula decidir se a queria ou não determinar.
Em 31 de dezembro de 2010 o presidente da República tomou a decisão final e definitiva, negando atendimento ao pedido de extradição, tendo considerado as normas constitucionais e legais do Brasil e o tratado de extradição firmado com a Itália. Numa decisão muito bem fundamentada, o chefe do Executivo deixou claro que teve em consideração os pressupostos jurídicos que recomendam ou são impeditivos da extradição.

Na avaliação do pedido, o presidente da República levou em conta todo o conjunto de circunstâncias políticas e sociais que compõem o caso Battisti, inclusive os antecedentes do caso e a situação política atual da Itália, concluindo que estavam presentes alguns pressupostos que recomendavam a negação do pedido de extradição. Decisão juridicamente perfeita. Desde então, a prisão preventiva de Cesare Battisti perdeu o objeto, não havendo qualquer fundamento jurídico para que ele continuasse preso. Cesare Battisti deveria ter sido libertado imediatamente, em respeito ao Direito e à Justiça.

Por todos esses motivos e fundamentos, fica evidente que a continuação da discussão do pedido de extradição de Battisti no Supremo Tribunal Federal e sua manutenção na prisão não têm qualquer fundamento jurídico, só encontrando justificativa na prevalência de interesses contrários à ética e ao Direito. Em respeito ao Direito e à Justiça e para a preservação da autoridade e da dignidade do Supremo Tribunal Federal impõe-se o arquivamento da descabida Reclamação e a imediata soltura de Cesare Battisti, fazendo prevalecer os princípios e as normas da ordem jurídica democrática.
* Dalmo de Abreu Dallari é professor emérito da Faculdade de Direito da USP e professor catedrático da Unesco na cadeira de Educação para a Paz, Direitos Humanos e Democracia e Tolerância

Preconceito descortina país pouco cordial, por Marcelo Semer

no Terra Magazine
De São Paulo

Homofobia, xenofobia, sexismo. Ojeriza ao pobre e um renascido antissemitismo.

Houve de tudo um pouco no cardápio tétrico dessa última semana de nenhum orgulho e muito preconceito.

Onde foi parar, afinal, aquele Brasil, um país de todos?

O deputado Jair Bolsonaro acusa seus colegas de querer transformar crianças em gays - como se uma campanha contra a intolerância pudesse controlar orientações sexuais.

Pelo sim, pelo não, a bancada religiosa impede a aprovação da lei que criminaliza a homofobia, para que os portadores das palavras de fé e esperança possam gozar da liberdade de disseminar preconceitos.

Parece piada, mas não é.

E o que é piada nem parece.

Rafinha Bastos tenta em vão fazer rir ao dizer que "toda mulher que se diz vítima de estupro é feia". O estuprador, então, não merece pena, mas um abraço. Ria-se com um barulho desses.

Rafinha, o homem mais influente do Twitter, segundo o nada desprezível New York Times, não está sozinho nesse novo humor bolsonaro, que busca agredir e chocar, custe o que custar.

Seu colega Danilo Gentili tuíta a um milhão e meio de seguidores grotesca piada com o Holocausto, para justificar uma imaginária aversão de judeus a vagões, sem compreender o que havia de preconceito de classe no repúdio ao Metrô em Higienópolis.

Moradores do bairro fizeram um abaixo-assinado contra a estação Angélica, e uma psicóloga descortinou em entrevista o principal motivo da rejeição: a chegada ao bairro de uma "gente diferenciada" que acompanha estações de Metrô - drogados, mendigos e, enfim, faltou acrescentar: pobres de todo o gênero.

A reação positiva e bem-humorada ao preconceito se deu com um churrasco-manifesto diante do luxuoso shopping Higienópolis, sábado último, em uma mobilização espontânea e sem líderes, provocada a partir de um convite que se alastrou no Facebook.

Mas nem o próprio Facebook escapou incólume da semana trágica.

O site de relacionamentos censurou a foto de perfil de uma mulher amamentando.

A imagem era justamente o ponto de partida para a campanha contra a proibição de amamentar em público, tomada pelo instituto Itaú Cultural. A campanha acabou resultado em um "mamaço" diante da própria instituição.

Curioso como o sexismo convive bem com a exposição erótica, mas não com o ato de saúde e carinho que é mais pura expressão do amor materno. Corpo nu da mulher só como objeto, jamais como sujeito.

Infelizmente, porém, nem todos os atos de preconceito ganharam a mesma indignação na rede social.

O jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem mostrando que com o crescimento de roubos no bairro do Morumbi, a Polícia Militar decidiu isolar a favela de Paraisópolis com uma operação chamada Saturação.

Os detalhes do tratamento daquela "gente diferenciada" são simplesmente impactantes: bloqueios da entrada da favela das 7h às 23h, três incursões diárias por suas vielas e ladeiras e soldados armados com potentes metralhadoras revistando as pessoas que entram ou saem da comunidade.

Os desabafos dos moradores não repercutiram no Facebook, mas merecem destaque: "Isso só serve para marcar todos como bandidos"; "Fui levar meu filho à escola com um monte de soldados e cavalos cercando minha rua".

Já imaginou se isso acontecesse em Higienópolis?

Se todas as pessoas da cidade são revistadas quando saem de suas casas, vivemos em um Estado Policial. Mas se apenas os favelados o são, vivemos um Estado ainda pior. Naquele que discrimina a suspeita, e em decorrência da maior vigilância, criminaliza a pobreza.

Alguém duvida que uma Operação Saturação, próxima a badaladas casas noturnas, não resultaria também em inúmeros crimes vinculados a entorpecentes?

Ou uma revista casa a casa em ruas dos Jardins não levaria à apreensão de armas ilegais, como muitas vezes se faz nas comunidades com mandados de busca coletivos?

A presunção de culpa não está distribuída igualmente pela sociedade.

E não está, porque, afinal de contas, a presunção de culpa é nada mais nada menos do que a mais fiel tradução do preconceito.


Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho" (LTr) e autor de "Crime Impossível" (Malheiros) e do romance "Certas Canções" (7 Letras). Responsável pelo Blog Sem Juízo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

As ligações perigosas de Gilmar




Bermudes e o afogado: "Meu presidente !"









A leitura do pedido de impeachment do Ministro Gilmar Mendes (aqui referido como Gilmar Dantas (*)), que o advogado Alberto de Oliveira Piovesan protocolou no Senado e na OAB (**)  é uma descrição detalhada das gritantes ilegalidades cometidas por este ministro de Fernando Henrique Cardoso.

O amigo navegante tem à disposição a íntegra do pedido – de resto totalmente ignorado pelo PiG (***).

Mas, para facilitar a leitura, este ansioso blogueiro relembra alguns fatos.

O advogado carioca Sergio Bermudes trabalha para o passador de bola apanhado no ato passar bola.

Dantas, lembre-se, foi condenado pela mais alta Corte da Justiça Britânica como mentiroso e fraudador de contas bancárias – apesar dos esforços bem remunerados de Bermudes.

Bermudes defende Dantas no STJ – onde o Ministro Macabu pode ter a faculdade de anular a Satiagraha, onde Dantas é incriminado dos pés à cabeça, como já demonstrou a revista Época, ao tratar das relações de Dantas com FHC; e aqui também, ao descrever as relações do lobbista de Dantas com o motorista de Cerra.

(O lobbista de Dantas, depois de conseguir o que queria do motorista de Cerra, diz “maravilha das maravilhas !”.)

Além de estar incriminado na Carta Capital, de forma irrefutável, no parecer que um probo delegado da Polícia Federal – nem tudo está perdido – encaminhou ao Ministério Público Federal.

Bermudes defende Dantas. Ponto.

Onde for.

Bermudes emprega a mulher de Gilmar.

Bermudes emprega o filho de Macabu.

Bermudes empresta o apartamento no Morro da Viúva, no Rio, em frente à cobertura de Roberto Carlos, ao casal Gilmar Dantas.

Empresta a Mercedes com motorista.

Empresta ao casal o apartamento que tem na Quinta Avenida em Nova York, facing the park.

Bermudes pagou uma passagem a Buenos Aires para o casal Gilmar Dantas.

Para que Gilmar e a mulher pudessem “desencarnar” do estafante trabalho da presidência do Supremo.

Só ?

Não !

Na hora de dar os dois HCs Canguru ao condenado pela Justiça Britânica, quem advertiu o Supremo Presidente do Supremo do perigo que havia ali na Satiagraha ?

A Guio.

Quem é a Guio ?

A funcionária de Bermudes e mulher do Gilmar.

A Guio !

É pouco, amigo  navegante ?

Quer mais ?

Quando houve a festa ao aniversario do escritório de Bermudes, no Copa, no Rio (o Bermudes sabe viver a vida !), quem foi para a porta receber os convidados ?

Gilmar Dantas !

Quer mais, amigo navegante ?

De quem mais Bermudes é advogado ?

Da Rede Globo, que trata Gilmar a leite de pato.

Além disso, Piovesan descreve as íntimas relações do casal Gilmar Dantas com o dono de uma empresa relação publicas, de codinome “Consultor Jurídico”.

A Consultor Jurídico é regiamente paga por Dantas, como demonstra esse estudo sobre o “Sistema Dantas de Comunicação”.

O dono da empresa foi o cupido do casamento do casal Gilmar.

Ele selecionou a música para o reatamento do namoro.

Que chic !

E quando o relações públicas lança uma publicação especial, Gilmar Dantas abre as portas de um solene auditório do Supremo para festejar o insigne lançamento.

Quer mais, amigo navegante ?

Quando era Advogado Geral da União (de FHC), segundo o testemunho do respeitado jurista Dalmo Dallari, Gilmar contratou seu próprio estabelecimento de ensino para dar curso a servidores da AGU.

É pouco, amigo navegante ?

Quer mais ?

Tem !

Durante a Presidência Excelsa de Gilmar Dantas (*) no Conselho Nacional de Justiça, o corajoso professor Joaquim Falcão destituiu o Juiz Ari Ferreira de Queiroz, de Goiânia, que era sócio proprietário do Instituto de Ensino e Pesquisa Cientifica, uma escola semelhante à de Gilmar Dantas, embora mais modesta.

“Pode um juiz  contribuir com o prestígio de seu cargo, que é público, para beneficiar os interesses privados seus e/ou de outros  ?“ perguntou-se Falcão.

E o Gilmar ?

Ele agora faz merchandising de cursos de Direito.

Quer mais, amigo navegante ?

Piovesan lembra que, segundo a Folha, o Padim Pade Cerra, em plena campanha eleitoral, telefonou para Gilmar sobre os dois documentos para o eleitor votar.

Quanto mais documentos fossem pedidos, melhor para o Cerra.

Gilmar pediu vistas no julgamento.

E depois votou do jeito que, por coincidência, atendia aos interesses eleitorais do Cerra.

Segundo o repórter da Folha (****), Cerra saudou Gilmar de “meu presidente” !

“Meu presidente”!

Quem disse a quem ?

Cerra a Gilmar ou Gilmar a Cerra ?

Piovesan lembra que o corajoso ministro Joaquim Barbosa, além de falar dos capangas de Gilmar, naquele vídeo memorável, disse que Gilmar Mendes é “violento, atrabiliário e aparelhou o Supremo para seus interesses monetários e partidários”.

Viva o Brasil !

Clique aqui para ler “As 37 ações contra PHA. Dantas quer criar jurisprudência e calar blogosfera”.


Paulo Henrique Amorim

domingo, 15 de maio de 2011

Burgueses de Higienópolis: vocês não entenderam nada

Churrascão de "gente diferenciada", evento organizado espontaneamente pela internet (Facebook)

Do Blog da Maria Frô, com imagens de vários blogs

Texto de Conceição Oliveira
Imagens de vários blogs progressistas



Acabei de chegar da manifestação do churrascão da gente diferenciada.

Manifestação irreverente, criativa, com a cara de uma parcela da juventude paulistana de classe média: bem vestidos, bem-humorados e acima de tudo bem informados e conscientes de que para a cidade melhorar para todos, todos têm de se envolver e lutar por boas causas.


E sim, teve até churrasqueira, carvão, linguiça, carne e abobrinha. O repórter da Globo fazendo inúmeras passagens, descrevendo o cardápio do churrasco me perguntou: Aquilo ali é abobrinha mesmo, né?





Encontrei também muitos moradores do bairro Higienópolis que têm consciência que a cidade é de todos. Conversei com vários deles, uma senhora que vive há 35 anos em Higienópolis, dona Marivone, 80 anos, disse que nunca viu nada igual no bairro e ela estava lá participando da manifestação e se divertindo com a moçada.





O Sindicato dos Metroviários também marcou presença.



A manifestação se autogestionou, ocorriam diferentes performances simultaneamente em frente ao Shopping Higienópolis. Alguns manifestantes mais velhos queriam organizar, concentrar, sem sucesso. Eles ainda não entenderam que esses jovens têm um jeito próprio de se manifestar e o espaço para a brincadeira, para as performances individuais devem ser garantidos.



Para onde se olhava estava acontencendo algo, um fazendo o camelô vendendo DVD pirata do Calcinha Preta, o outro com a capa do LP do Ultrage a rigor – Nós vamos invadir sua praia, outros com cartazes engraçados, enfim tinha de tudo, afinal somos gente diferenciada



Nos discursos assumiam diversos lados como se fossem pró e contra e arrancavam risos ou vaias dos manifestantes.




Até o CQC apareceu, com o repórter Oscar Filho, e foi bem recebido, mas também foi questionado, até eu entrei na brincadeira e disse ao Oscar Filho que ele não era gente diferenciada. E Oscar Filho também brincou teve de tomar a pinga popular oferecida pelos manifestantes. Outros manifestantes perguntaram por que a Band não tinha mandado o Rafinha Bastos ou o Danilo Gantili.



Já participei de muitas manifestações em algumas fui queimada com gás de pimenta. Mas em Higienópolis não houve qualquer violência e vi jovens questionando os policiais de modo bem incisivo que em uma manifestação da periferia os moradores não ousariam fazer. Mas os policiais permaneceram na maior calma, educadíssimos, como gostaríamos de ver toda a polícia. Vou sugerir aos meninos do Passe Livre que façam manifestações em Higienópolis, lá a polícia não bate em manifestante e olhe que teve até churrasqueira
ambulante, acesa e tudo!





Gente ‘diferenciada’ como a psicóloga Guiomar se referiu para não dizer gente pobre era a minoria, mas foi bem representada com criatividade e originalidade, nas performances e nos slogans. Aliás Guiomar foi bem lembrada no coro: O Guiomar, cadê você, eu vim aqui só pra te ver!



Depois da concentração no shopping os manifestantes caminharam até onde deve ser a futura estação do metrô na esquina da Sergipe com a Angélica, ao caminharmos pela Angélica agora fechada pra que os manifestantes pudessem caminhar os moradores dos edifícios nos acenavam tiravam fotos, funcionárias das lojas foram para a porta e gritavam queremos metrô, chamávamos os moradores pra se unir a nós, alguns desceram.





A classe média paulistana usa e quer mais metrô e mostrou para a minoria de Guiomares de Higienópolis que ela não precisa ter medo de gente diferenciada, que a gente diferenciada trouxe beleza e alegria para o bairro. Será muito bacana uma estação em Higienópolis, conseguiremos juntar a Brasilândia aos moradores que tem um parque como a Praça Buenos Aires que tem playground para cachorros.

 




Ana Maria Braga: "vamos ser idiotas"

Seguindo o padrão Globo Homer Simpson já citado por William Bonner, agora é Ana Maria Braga quem propõe aos seus telespectadores: "vamos ser idiotas".. 

Precisa não Ana Maria, quem te assiste já é..


terça-feira, 10 de maio de 2011

The Mountain - Lindo demais

Agora, para aliviar o ambiente.. um ótimo vídeo feito por um fotógrafo norueguês.. belas imagens.

Kit Gay a ser distribuído nas escolas pelo MEC

Uma verdadeira apologia ao homossexualismo. Faço minha as palavras do 



escrevi anteriormente sobre o infeliz kit-gay, uma campanha do Ministério da Educação em conjunto com entidades GLS, que por trás de uma fachada anti-homofobia tenta imbutir em nossas crianças e jovens a noção de que ser gay, lesbica e bi-sexual é uma coisa perfeitamente normal, e ainda por cima, legal e que apenas trará vantagens.


Ontem, no facebook deste blog, recebi a dica de que o usuário do youtube  havia disponibilizado em sua integridade os três vídeos da série torpedo, em uma qualidade muito melhor que havia sido publicado anteriormente (qualidade de vídeo, obviamente).

Agora se você já estava  indignado com o vídeo do traveca-teen "Bianca", os dois novos vídeos deixarão qualquer pessoa com um mínimo de moral de cabelo em
pé.

probabilidade_kit-gayEm um dos vídeos, entitulado "Probabilidade", mostra como um rapaz que deixou a namorada em outra cidade, descobre que estava apaixonado por um novo amiguinho, colega de um amigo seu homosexual da escola. Após ficar confuso, chega a conclusão que é bi-sexual e que agora que ele gosta dos dois sexos ele terá 50% mais chances de achar alguém "legal". Pelo visto os produtores destas peças de horror precisam voltar as aulas de matemática...

E ainda têm a afronta de dizer que andar muito com gays não influencia na sua escolha sexual. O filmete criado pelos próprios homossexuais desmente as colocações dos defensores do homossexualismo. Caíram em pesada contradição, ou seja, mentem descaradamente.

Tem ainda o curta "Torpedo", onde duas meninas lésbicas resolvem "enfrentar a barra" do preconceito na escola depois que fotos românticas das duas cai na internet.

Não falarei mais nada, assistam estes vídeos por si próprios e comentem se vocês acham que estes vídeos são apropriados para crianças e jovens que ainda estão formando sua personalidade.


Encontrando Bianca



Probabilidade


Torpedo


Se quiser ir mais além e saber os detalhes de como esta campanha foi instituída, leia abaixo a transcrição da sessão do Congresso Nacional.:

NT-Seminário-Escola-Sem-Homofobia-KIT-GAY-23.11.10

Eu não sou contra os/as homossexuais, nem apregôo nenhum tipo de discriminação ou violência. Mas o que está sendo feito nesta campanha é colocar uma "pulga atrás da orelha" de crianças e jovens que poderão querer experimentar o homosexualismo para "ver como é" e possivelmente ficar com sequelas psicológicos para o resto de suas vidas.


Participe também de nossa discussão sobre este assunto no Fórum Anti Nova Ordem Mundial

domingo, 1 de maio de 2011

Luciano Huck-2014 !


Ronald Reagan, relações públicas



Schwazenegger, Conan, o Bárbaro



Donald Trump e imitador






Vasco é navegante de longo curso e acaba de aportar com sua precária embarcação em Annapolis, porto de Maryland, nos Estados Unidos.

De lá, acompanha a frenética campanha de Donald Trump a presidente americano, pelo Partido Republicano.

Como se sabe, Trump é herdeiro de família da construção civil de Nova York.

Já quebrou várias vezes, inclusive quando teve que entregar o famoso Hotel Plaza, em Nova York, aos bancos credores.

É dono de cassinos e apresentador do “Aprendiz”, na televisão.

O humorista de televisão Johnny Carson (que o Jô insiste em dizer que copia) dizia que, numa espaçonave, só é possível distinguir duas obras do ser humano: a muralha da China e o topete do Donald Trump.

Hoje, Trump concentrou sua campanha em demonstrar que Barack Obama não nasceu em território americano.

O que obrigou o presidente a exibir a certidão de nascimento expedida pelas autoridades do Estado do Havaí.

Vasco está impressionado.

Como Trump ousa ser candidato a Presidente ?

- Eu é que te pergunto, Vasco: como esse cara acha que pode ser presidente ?

- Parece uma maluquice, mas faz sentido.

- Não, não faz. Ele não é nada. Ele é só aquele bordão “você está … demitido !”, disse o ansioso blogueiro.

- Mas, esse é um bom motivo: ele é uma estrela da televisão.

- E daí nasce um Presidente da República ?

- Claro !

- Como, claro ?

- Ronald Reagan não foi presidente da República ?

- É …

- O que ele era ? Nada. Um ator medíocre e relações públicas da GE. Mais nada.

- É, você tem razão. Ele tinha uma cara na telinha, as pessoas conheciam ele.

- Quer ver outro exemplo ?

- Qual ?

- O Schwarzenegger. Ele não foi governador da Califórnia ?

- Um desastre …

- Mas foi, não interessa.

- Mas, o que o Schwarzenegger, o Reagan e o Trump têm além da presença na telinha ?

- Primeiro, eles são todos do lado de lá, da direita.

- E daí ?

- E os conservadores não precisam de ideologia. Basta bater na esquerda. No Obama. Não vê o Fernando Henrique ?

- O que tem o Fernando Henrique ?

- Ele, o Cerra e o Aécio – eles não têm consistência nenhuma, é um vácuo por centro. Basta bater no PT.

- Também, meu querido, com o Delubio, até cego bate no PT …

- Pêra aí, você está mudando de assunto.

- Tá certo. O que mais o Schwarzenegger, o Trump e o Reagan têm ?

- Eles estão sozinhos na faixa da direita. Não têm rivais do mesmo lado, dos conservadores, entendeu ?

- É, parece que os Republicanos americanos são um deserto de homens e idéias…

- E tem mais, diz o Vasco, enquanto abate a sexta Budweiser. Tem grana do lado deles.

- Ah !, isso sim ! Grana é o que não falta do lado direito.

- Então, meu filho, é por isso que o Luciano Huck vai ser o candidato do PSDB a presidente da República !

- O que, Vasco ? Você ficou maluco ? É esse furacão aí dos Estados Unidos que virou a tua cabeça ?

- Meu filho, preste a atenção.

- Presto.

- O Luciano Huck não tem presença na telinha ?

- Tem.

- Ele não é bom menino, o pai de família, o marido exemplar, o pai devotado ?

- É ele é o “nice guy”

- Ele não é o empreendedor, o self-made man, o jovem rico paulistano ?

- Sem dúvida ! Um herói do Fasano !

- Ele não corre pela pista da direita ?

- Corre.

- Vai faltar grana para o Luciano Huck ?

- O que é isso, Vasco ? Só com a grana dos patrocinadores dele hoje dá prá eleger cinco Presidentes !

- Então, meu filho … Quer mais ?

- Como assim ?

- Quer outro argumento ?

- Precisa ? Você já me convenceu, Vasco.

- E tem alguém correndo contra ele ? Tem rival na pista da direita ?

- Bom, aí, Vasco, você se deu mal. Tem o Cerra, tem o Aécio e tem o Fernando Henrique, que tá doido para levar uma surra do Nunca Dntes.

- Pêra aí, meu filho. Cerra e Aécio ?

– Sim, os dois querem !

- Primeiro, o Aécio QUERIA ! Esse naufragou em Chappaquiddick, que fica aqui perto, e se afogou com o Ted Kennedy – http://en.wikipedia.org/wiki/Chappaquiddick_incident . Se tudo der certo e ele chegar à maioridade será sempre um senador.

- Mas, Vasco, você se esquece do Padim Pade Cerra. Ainda mais agora, com a Beatificação-Canguru do Papa João Paulo II …

- Por falar nisso, será que o Cerra está no Vaticano hoje, para assistir à beatificação … como é que você disse? … Beatificação-Canguru ?

- Deve estar lá, com a imagem de Nossa Senhora da Aparecida nos braços.

- Meu filho, diz o Vasco, o Cerra já era.

- O que é isso, Vasco, ele é um campeão de popularidade, de simpatia, de carisma. Ele tem o Papa, o aborto e a Chevron. E Partido dele é massa !

- Meu filho, até ele explicar que o Daniel Dantas das reportagens da Época é o Daniel Dantas, o ator, meu filho, até lá …

- Mas o PiG (*) não dá bola para o Daniel Dantas …

- Não tem importância. Se o PiG (*) ganhasse eleição, o Dantas e o Cerra não te processavam.

- É, pode ser.

- Meu filho, está escrito nas estrelas.

- O que ?

- Luciano Huck – 2014, pela vitoriosa coligação PiG, PRP, PSDB, TFP, DEMO, PPS, Arena, PFL, Tea Party, Ação Integralista, Partido Nacional Socialista Alemão, e PSD do Kassab.

- Imbatível !

Pano rápido !

Dilma retalia OEA por Belo Monte e suspende recursos

País deixará Comissão de Direitos Humanos e não vai repassar US$ 800 mil em resposta a pedido de suspensão de obras Brasil já havia suspendido indicação de Paulo Vanucchi para comissão e convocado representante na OEA 
NATUZA NERY DE BRASÍLIA

O governo brasileiro decidiu jogar duro com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos): deixará o órgão a partir de 2012 e suspendeu, por ordem presidente Dilma Rousseff, o repasse de verba à entidade previsto para este ano, de US$ 800 mil.

A reação do Brasil veio após a comissão pedir, em abril, a interrupção das obras de Belo Monte. O órgão alegou irregularidades no processo de licenciamento ambiental da hidrelétrica de Belo Monte, atendendo a uma medida cautelar de entidades indígenas que questionaram o empreendimento.

Como reação à época, a diplomacia brasileira usou termos fortes e pouco usuais. Chamou a decisão de "precipitada e injustificável" e alegou não ter tido tempo suficiente para se defender.

Irritada com o que considerou interferência indevida, Dilma quis mostrar um posicionamento ainda mais duro: convocou de volta ao país o representante do Brasil na OEA, embaixador Ruy Casaes. Ele, até agora, ainda não recebeu autorização para retomar seu posto em Washington, tampouco sabe quando o terá.

A comissão integra o sistema interamericano de direitos humanos nas Américas. Embora ligada à OEA, é um órgão formalmente independente; não representa países, embora a indicação venha deles. Seus sete membros, entre eles o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, são eleitos por assembleia-geral.

O Brasil havia apresentado o nome de Paulo Vanucchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos no governo Lula, para substituir Pinheiro a partir de janeiro de 2012. A indicação, porém, acabou suspensa em caráter irrevogável.

A relação pode piorar ainda mais. Isso porque a comissão passou a analisar uma nova reclamação de ONGs, que contestam obras no Rio para a Copa-2014 e Olimpíada-2016, eventos caros a Dilma. Quando soube do novo processo, Dilma mandou um recado às lideranças do órgão: se isso for levado adiante, levará o caso à própria OEA, dando contornos de crise real ao caso.

No caso de Belo Monte, o Brasil argumenta que a CIDH concedeu apenas 28 dias para que o governo se explicasse, quando o prazo médio de solicitações semelhantes supera a marca de 100 dias.

Nessa semana, o governo enviou à entidade um relatório de 52 páginas explicando sua atuação no empreendimento junto às comunidades locais. Disse ter ouvido as comunidades indígenas da região e que está atento aos efeitos sociais e ambientais da iniciativa.

Filme "A origem": Nolan cai sobre o fascínio das neurociências

Apesar da embalagem gnóstica (questionamentos sobre a natureza do real, os sonhos como um mundo paralelo, e personagem feminino que exorta o protagonista a despertar do sono da realidade) "A Origem" (Inception, 2010) de Christopher Nolan é extremamente reacionário ao fazer a apologia da engenharia do espírito das neurociências. O simbolismo dos sonhos substituído pela cartografia invasiva da mente.

É sabido que nos EUA a Psicanálise freudiana não goza de credibilidade científica. Conceitos como psiquismo e inconsciente são ignorados por não serem científicos, sem comprovação empírica. Discutir os sonhos e desejos humanos a partir da sexualidade e das relações infantis com a boca e excrementos é bizarro demais para o puritanismo norte-americano.

A cultura norte-americana é mais prática: se Freud pretendia analisar o simbolismo dos sonhos, o imaginário tecnológico atual pretende fazer uma cartografia e topologia dos sonhos. Muito mais prático, como bem comprovam as neurociências e o neuromarketing. Símbolos são filosóficos demais, enquanto uma cartografia e uma topologia é muito mais eficaz para apontar caminhos para inserir ideias nas mentes.

“A Origem” (Inception, 2010) comprova essa agenda tecnológica. Embora a narrativa do filme ocorra nos sonhos, nenhuma vez ouvimos a palavra inconsciente. Ela é substituída pelo genérico conceito de subconsciente, expondo essa matriz do pragmatismo neurocientífico.

Embora a princípio "A Origem" pareça ser um filme gnóstico, esotérico ou “filosófico”, tal como “Matrix”, ele tem um profundo sentido pragmático: a exploração do último refúgio do indivíduo (a mente, os sonhos) no invasivo mundo atual dos interesses corporativos (marketing, publicidade, fusões, aquisições etc.).

Embalagem Gnóstica

A narrativa de “A Origem” utiliza muitos elementos e tiradas dos filmes gnósticos, atribuindo uma roupagem “séria” à estória, dando a entender ao público que estamos diante de profundos insigths filosóficos. Por exemplo, quando os protagonistas vão para Mombasa recrutar um farmacêutico especialista em drogas pesadas para auxilia-los na missão, encontram em um porão dezenas de pessoas adormecidas. Elas vão para lá diariamente para viverem seus sonhos como uma realidade paralela. “Elas vêm aqui não para dormir, mas para despertar”, diz o responsável pelo local. Evidente tirada gnóstica que lembra as questões do personagem Morpheus no filme “Matrix”. Mas os protagonistas estão naquela farmácia de manipulação menos para discutir a natureza filosófica ou místicas dos sonhos, mas para usar pragmaticamente as drogas para resolver os problemas corporativos do cliente de Cobb (Leonardo Di Caprio).

Ou ainda a personagem Mal, a falecida esposa de Cobb. Aparentemente ela representa o personagem mítico gnóstico de Sophia, ao alertar Cobb sobre a natureza fictícia da realidade, apelando para que seu marido desperte. No sonho está a realidade e a realidade é uma ilusão! Ela constantemente fala para Cobb “retornar para casa” com ela, ou seja, retornar a uma origem idílica perdida durante o sono da realidade. Ela fala para Cobb: “você não se sente atormentado, perseguido pelo mundo por empresas anônimas?” Uau! Parece até que estamos diante das tramas gnósticas de Philip K. Dick! A personagem feminina que vai conduzir o protagonista para o despertar, como no filme O Pagamento (Paycheck, 2003).

Puro engano. Mal não passa de projeção do subconsciente de Cobb, originado pelo sentimento de culpa pela morte da esposa. Tal como nas terapias baseadas em neurociências (PNL, Cientologia etc), ele apenas quer deletar a culpa da sua consciência. Toda a aventura dos protagonistas nos diversos níveis dos sonhos em inserir (inception) a semente de uma ideia na mente de uma pessoa por interesses corporativos, servirá apenas para resolver os problemas de Cobb com sua consciência: deletar a projeção subconsciente da culpa.

O Reacionarismo de "A Origem"

Por isso, “A Origem” é um filme extremamente reacionário. Comparado com filmes como “Brilho Eterno de uma Mente Sem lembranças” (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004), O Pagamento (Paychek, 2003) e Vanilla Sky (Vanilla Sky, 2001), “A Origem” glorifica as tecnologias neurocientíficas que querem basear a felicidade no esquecimento. Se nos filmes gnósticos há a denúncia da secreta aliança da tecnologia servir aos interesses que nos aprisionam a uma realidade por meio do esquecimento, em “A Origem” temos a apologia da eficácia das tecnociências.

Se em “Brilho Eterno”, “O Pagamento” e “Vanilla Sky”, os personagens femininos Clementine, Rachel e Sofia são peças-chave para o despertar (a gnose) do protagonista, em “A Origem” a parsonagem Mal é a mera projeção subconsciente da culpa. Com a mesma tecnologia que serve os interesses corporativos, ele “cura” a si mesmo eliminando a culpa dos seus sonhos.

Isso é surpreendente, já que Christopher Nolan vem de autênticos filmes de questionamentos gnósticos da realidade como “Amnésia” (Memento, 2000) e “O Grande Truque” (The Prestige, 2006 com a participação do gnóstico pop David Bowie como o misterioso cientista NiKolas Tesla).

Se em "Brilho Eterno" toda a tecnologia que quer manipular os sonhos e memórias cai diante da irrupção do insconsciente como a única resistência que o indivíduo ainda possui para enfrentar os interesses corporativos, em “A Origem” isso desaparece para dar lugar a um subconsciente que aparece como mera disfunção ou obstáculo para a aventura dos protagonistas.

Se em “Vanilla Sky” e “Brilho Eterno” as tecnologias da engenharia do espírito (neurociências) são tematizadas criticamente ao ponto da ironia e ridicularização, em “A Origem” elas são enaltecidas (as engenhosas descrições da utilização das arquiteturas impossíveis de Escher nos sonhos – paradoxos, loopings etc.) e vendidas ao espectador como instrumentos para a felicidade de uma vida sem culpas.

Para a psicanálise freudiana a questão sonho é simbólica, isto é, o conhecimento das chaves que abrem as portas para resgatarmos aquilo que nos foi esquecido pelos mecanismos represssivos da realidade. Mas para as neurociência o sonho é uma simples questão de cartografia e topografia: um mapa de associações mentais para mais facilmente deletarmos as disfunções que nos incomodam.

Assim como no neuromarketing onde colocam-se eletrodos na cabeça de um consumidor prototípico para mapearmos as reações mentais diante de peças publicitárias.

Por que esse retrocesso em Christopher Nolan? Em “Amnésia” ele nos apresentou brilhantes e gnósticos insigths sobre a natureza da percepção, memória e realidade e em “O Grande Truque” um brilhante cenário das origens da tecnologia moderna num ambiente histórico (virada de séculos XIX-XX) onde ciência, misticismo e magia se confundiam. Talvez Nolan tenha se rendido ao fascínio pelas neurociências que, afinal, oferecem um modelo simplificado, visual (cinematográfico) e muito mais pragmático do que as complicadas interpretações simbólicas. Projeções subconscientes com armas na mão e o inconsciente traduzido como cofres dentro do qual guardamos nossos segredos e depois jogamos fora a combinação são imagens muito mais convincentes e compreensíveis. “A Origem”, assim como as neurociências, não quer descobrir a combinção, mas apenas destruir o cofre.

Portanto, o filme apresenta uma aparência gnóstica por supostamente ter profundos questionamentos filosóficos ou existenciais sobre a natureza da realidade. A brilhante e complexa narrativa (marca dos filmes de Nolan) de sonhos dentro de sonhos e o final ambíguo (que leva o espectador a questionar o próprio ponto de partida do filme – onde termina o sonho e começa a realidade?), marca da ironia narrativa dos filmes gnósticos, estão em “A Origem” como uma embalagem atraente para seduzir públicos “cabeças”. Mas o seu interior é extremamente reacionário e sintonizado com a agenda tecnognóstica da glorificação das engenharias do espírito.

Ficha Técnica:
  • Título: A Origem (Inception)
  • Diretor: Christopher Nolan
  • Roteiro: Christopher Nolan
  • Ano: 2010
  • Elenco: Leonardo Di Caprio, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Tom Hardy.
  • Produção e Distribuição: Warner Bros.
  • País: EUA
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Técnicas para a maniulação da opinião pública

Extraído do Blog do Luis Nassif



1- A estratégia da diversão

Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, graças a um dilúvio contínuo de distrações e informações insignificantes.

A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais nos domínios da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.

"Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outros animais" (extraído de "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

2- Criar problemas, depois oferecer soluções

Este método também é denominado "problema-reação-solução". Primeiro cria-se um problema, uma "situação" destinada a suscitar uma certa reação do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar. Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis de segurança em detrimento da liberdade. Ou ainda: criar uma crise econômica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.

3- A estratégia do alongamento

Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições sócio-económicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, deslocalizações, salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente.

4- A estratégia do diferimento

Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como "dolorosa mas necessária", obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhor amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.

Exemplo recente: a passagem ao Euro e a perda da soberania monetária e econômica foram aceitas pelos países europeus em 1994-95 para uma aplicação em 2001. Outro exemplo: os acordos multilaterais do FTAA (Free Trade Agreement of the Americas) que os EUA impuseram em 2001 aos países do continente americano ainda reticentes, concedendo uma aplicação diferida para 2005.

5- Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas

A maior parte da publicidade destinada ao grande público utiliza um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental. Exemplo típico: a campanha da TV francesa pela passagem ao Euro ("os dias euro"). Quanto mais se procura enganar o espectador, mais se adota um tom infantilizante. Por quê?

"Se se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reação tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos". (cf. "Armas silenciosas para guerra tranquilas" )

6- Apelar antes ao emocional do que à reflexão

Apelar ao emocional é uma técnica clássica para curtocircuitar a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, impulsos ou comportamentos...

7- Manter o público na ignorância e no disparate

Atuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.

"A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores". (cf. "Armas silenciosas para guerra tranquilas" )

8- Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade

Encorajar o público a considerar "natural" o fato de ser idiota, vulgar e inculto...

9- Substituir a revolta pela culpabilidade

Fazer crer ao indivíduo que ele é o único responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto-desvaloriza e auto-culpabiliza, o que engendra um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da ação. E sem ação, não há alteração!...

10- Conhecer os indivíduos melhor do que eles se conhecem a si próprios

No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que os próprios indivíduos.

Fonte: http://perso.wanadoo.fr/metasystems/Manipulations.html
Extraido de: http://resistir.info/varios/manipulacao.html