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segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia da mulher: companheiras extraordinárias

Engenheira Maria das Graças Foster (diretora de Gas e Energia da Petrobras), Sergio Gabrielli (Presidente da Petrobras), Presidente Lula e Ministra Dilma Rousseff, durante inauguração de um gasoduto






Quantas vezes ouvimos a ladainha, da imprensa e da oposição, de que o governo Lula "aparelha" estatais e blá, blá, blá... No entanto, a verdade é que há muitas pessoas nas estatais, que são assediadas por empresas privadas para ganhar muito mais dinheiro, e por um misto de idealismo, princípios, de enfrentar o desafio nacional, e da maior satisfação em trabalhar numa empresa que não seja predadora da riqueza nacional, além de participar da construção da história do desenvolvimento do Brasil, acabam sacrificando parte da riqueza material e escolhem continuar servindo ao Brasil nas estatais.

No início do mês passado em um discurso do presidente Lula, na inauguração do Gasduc III, em Duque de Caxias (RJ), ele contou uma passagem interessante que aconteceu nos bastidores de seu governo. E neste Dia Internacional das mulheres, merece ser lembrado, porque a protagonista da história é uma mulher.

Lula disse:

... Mas, então, a Dilma foi ministra de Minas e Energia, aprovamos o novo marco regulatório [do setor elétrico], o Congresso votou rapidamente, e um belo dia esta senhora entra na minha sala para me comunicar a seguinte questão... porque ela e a Graça, elas trabalhavam até às 4h da manhã, às 5h da manhã [quando faziam o marco regulatório do setor elétrico]...


Bem, aí um belo dia a Dilma entra na minha sala e fala assim: “Presidente, nós vamos ter um prejuízo muito sério, porque a Maria das Graças vai sair do governo. Ela foi contatada por uma empresa multinacional que quer contratá-la. O salário dela vai ser muito chique, vai ser assim, tipo Ronaldinho, Kaká, e ela está ganhando aqui igual ao salário do presidente da República, um pouquinho mais. Então, ela quer ir embora”.


Aí, mandei chamar a Graça na minha sala, ficou eu, a Graça e a Dilma conversando, aí a Graça expôs que a empresa ofereceu isso – não vou dizer tudo que a empresa ofereceu – a empresa ofereceu isso, ofereceu aquilo, ofereceu apartamento, ofereceu passagem, ofereceu não sei das quantas, para ela ir não sei para onde, para voltar não sei para quando e tal. Era um negócio assim que a Petrobras, obviamente, que não pôde dar...


... Bem, mas, aí, eu falei: Companheira Graça, olha, você é muito importante. É muito importante para a Petrobras, você é muito importante para trabalhar com a Dilma. Nós estamos concluindo um trabalho no Brasil, nós estamos fazendo um governo, e vamos precisar de você. Eu acho que é muito importante que você faça um sacrifício, e você fique conosco. Eu sei que houve um começo de choradeira, todo mundo muito emocionado... O dado concreto é que a nossa querida Graça Foster resistiu à quantidade de dinheiro que ia ganhar lá fora para dedicar um pouco da sua competência a resolver problemas crônicos deste país na questão de combustível. Então, é uma companheira de valor extraordinário.

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