O Conversa Afiada sempre disse que o Vesgo do Pânico tem mais chance de ser presidente que o Serra.
Por causa de uma questão profunda, estrutural: o Brasil não quer um paulista Presidente da República.
A questão nacional, o problema da Federação, está adormecida, porque o PiG (*) não conhece o Brasil e não conversa com os brasileiros não-paulistas; porque São Paulo não pensa o Brasil; e porque não interessa à elite branca de São Paulo (separatista) tratar disso.
Na superfície, há outros motivos para explicar a vitória da Dilma no primeiro turno.
Encontrei o Ministro do Trabalho Carlos Lupi (brizolista), enquanto aguardava, na ante-sala, para entrevistar o prefeito de Niterói, o brizolista Jorge Roberto Silveira.
Lupi me disse que o Brasil criará este ano dois milhões de empregos.
Janeiro bateu record de emprego.
Fevereiro bateu record.
Março bateu record.
Entre janeiro de 2003 dezembro de 2009 foram abertos 12 milhões (12 milhões !) de postos de trabalho.
Ou seja, o Governo Lula deu emprego à população de Paris ou de Buenos Aires.
Em oito anos, o Farol de Alexandria criou 780 mil empregos.
Ele, o Farol, e seu Grande Planejador, o José Serra.
(É por isso que o Lula vai pendurar o FHC no pescoço do Serra).
O interessante é que esses 12 milhões tem carteira assinada, aquela boa e velha carteira do trabalho do Dr Getúlio, lembra o Lupi.
Ou seja, Lula deu cidadania a 12 milhões de brasileiros.
Por enquanto.
Lula deu um aumento real (acima da inflação) de 54% ao salário mínimo.
Para todas as categorias de trabalhadores, o aumento real médio foi de 26% acima da inflação.
Quer saber por que o Lula é popular ?, me perguntou o Lupi.
É por isso: emprego, renda e cidadania.
Lupi contou que, até agora, já mereceu 105 editoriais do PiG (*) – Estadão, Globo e Folha (**).
Cento e cinco.
Todos furiosamente contra.
Ele contou isso ao Lula e o Lula respondeu: você está em boa companhia.
Lupi foi coordenador das ações administrativas na região metropolitana do Rio, num Governo do Brizola.
Lupi tinha 26 anos.
Um dia, ele foi ao gabinete do Brizola e, todo feliz, mostrou um editorial do Globo que o elogiava.
Brizola tirou os óculos do bolso da camisa, leu, leu com calma.
Dobrou o jornal com cuidado.
Tirou os óculos.
Guardou no bolso da camisa.
E depois de um silêncio, perguntou: Lupi, que … tu fizeste ?
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