03 de agosto de 2010
A demanda por alimentos feitos a partir da barbatana de tubarão na Ásia está sendo apontada como a causa da matança ilegal de 280 mil animais na costa brasileira, nos cálculos de uma organização não governamental com base em Porto Alegre.
O Instituto de Justiça Ambiental, que fez a estimativa a partir de autos de infração e apreensões do Ibama no Pará, entrou com uma ação na Justiça na qual demanda uma indenização bilionária de uma empresa de pesca por danos ambientais “irreversíveis e incontáveis” na costa paraense.
Os danos se referem à captura ilegal de 25 toneladas de barbatanas de tubarão e bexigas natatórias de animais não identificados, que a ONG acusa uma empresa de processar e revender ilegalmente. A mercadoria seria enviada provavelmente de portos no Rio Grande do Sul para o mercado asiático.
O instituto pede uma indenização de quase R$ 1,4 bilhão. No entanto, diz a ONG, o valor deverá subir à medida que forem apresentados pareceres técnicos sobre todos os ecossistemas afetados no decorrer do processo.
“Nunca ouvimos nada parecido. O que é assustador é que provém de apenas uma empresa. Imaginem então as quantidades que escapam da fiscalização do Ibama/PA”, disse o diretor do IJA, Cristiano Pacheco.
“Quase não se fala na área costeira amazônica. Os brasileiros precisam saber que é a mais rica do país em biodiversidade marinha, banhada pela foz do Rio Amazonas.”
Iguaria
As barbatanas de tubarão são consideradas uma iguaria na cozinha do leste asiático, e analistas dizem que o aumento da demanda, sobretudo da China, tem incentivado a extração dessa parte do animal para exportação ilegal.
O aumento do consumo do produto também atesta o crescimento do poder de compra dos consumidores chineses. Além disso, a barbatana de tubarão é usada em medicamentos.
Segundo o Instituto de Justiça Ambiental, os animais normalmente têm suas barbatanas retiradas para exportação ilegal e em seguida são jogados de volta ao mar.
“Essa é uma situação extremamente séria e representa apenas uma fração dos tubarões ilegalmente abatidos na costa do Nordeste brasileiro”, disse Pacheco.
Dentre os animais abatidos, segundo a ONG, estão espécies marinhas em risco de extinção e vulnerabilidade, como o tubarão-grelha.
“Suprimir os tubarões dessa forma absurda e descontrolada colocará em colapso os ecossistemas marinhos na região, já que o tubarão é topo de cadeia, inventor da seleção natural nos oceanos e habitante deste planeta há mais de 400 milhões de anos.”
Em maio, agentes do Ibama no Pará conduziram uma batida na empresa acusada e apreenderam cerca de 3,3 toneladas de barbatana de tubarão e mais 2 toneladas de bexiga natatória de outros peixes.
Fonte: Estadão
Nota da Redação: Embora seja louvável a medida pra tentar coibir e exigir punição pelo absurdo número de tubarões e outro peixes abatidos na costa brasileira, o aspecto “legal” continua a autorizar a matança. Ou seja, a exploração é permitida, desde que dentro das cotas estabelecidas pelo Ibama. Seja para que finalidades forem, medicamentos ou alimentos, a morte desses animais não se justifica de forma alguma. A riqueza de fontes naturais de alimentação e os grandes avanços de uma medicina ética prescindem da morte de animais e constituem a maneira mais ética e respeitosa de viver e conviver com as demais espécies do planeta.
A economia chinesa cresceu, mas os costumes idiotas de parte da população, permanecem, vítimas da falta de informação que aquele sistema político impõe. Usam como afrodisíaco, acho que nunca ouviram falar em viagra.
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