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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Em defesa do serviço público


Outro dia publiquei aqui um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrando que o Brasiil tinha um número de servidores públicos muito menor que o da maioria dos paises, fossem os desenvolvidos, fossem os em desenvolvimento.
 
Hoje, O Globo publica matéria de página inteira, usando dados levantados pelo deputado tucano Arnaldo Madeira, onde se procura induzir o leitor a ver um inchaço no serviço público, A manipulação dos números é vergonhosa.
 

Primeiro, porque o número líquido de contratações -57 mil - tem mais da metade dele -29 mil - na área de educação, e basicamente a educação superior, onde foram criadas 12 novas universidades públicas e abertas dezenas de milhares de vagas. Funcionários para a área de saúde e agentes da previdência social, por exemplo, não parecem ser contratações supérfluas, mas em áreas onde o atendimento é péssimo, e a falta de pessoal é a maior razão disso.

Logo abaixo da manchete, o matéria diz que o governo abriu “26,1 mil(vagas) só este ano”,dando a isso uma conotação eleitoreira.  Ora, além de serem vagas por concurso, não contratações políticas, a média está exatamente no que o próprio jornal informa. De janeiro de 2003 a 2009 foram 160,1 mil vagas. Ou seja, absolutamente coerente com a média anual destes últimos anos.
 
Eu acho que, aliás, o governo está aquem do que seria necessário recompor e até ampliar o quadro de servidores. O que se faz é assustar com números que, num país como o Brasil, são necessáriamente grandes. Não há nada de anormal numa taxasde crescimento do número de servidores de 1,77% ao ano, se considerarmos que a população cresce mais depressa que isso e nosso serviço público ainda é deficiente.
 
Ou o que querem é uma política de sucateamento do serviço público, sem pessoal e remuneração que o façam funcionar minimamente bem?
 
Nota do Blog: o sucateamento do serviço público é a estratégia que os tucanos e demônios utilizam para defender o Estado mínimo e colocar nas mãos das empresas privadas (ou privatizadas) a prestação de serviços essencialmente públicos, como saúde, educação e segurança.

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