Para o turismo, a duplicação da BR-101 é uma mão na roda, com o perdão do trocadilho. O viajante poderá sair cedinho do Recife e curtir o sol do verão na Praia de Ponta Negra, em Natal.
Praia da Pipa é uma das mais visitadas do Rio Grande do Norte.Fotos: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
Passeio de jangada é disputado por turistas brasileiros e estrangeiros na Praia de Porto de Galinhas. Foto: Alexandre Gondim/DP/D. A Press - 18/3/09 |
A publicitária Diana Maria Trentin, o marido, Marlos, e o casal de amigos Nestor Gollo e Elenice Battistela - todos de Erechim (RS) - vieram conhecer a hospitalidade nordestina. Hospedados no Recife, aproveitaram para esticar a visita até João Pessoa. "A saída do Recife ainda está complicada. Mas, de resto, a obra vai deixar a estrada muito boa", afirma Diana. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE), José Otávio Meira Lins, lembra que a duplicação é um anseio antigo do setor. "A gente enxerga a possibilidade de se fazer um marketing conjunto para os três estados".
Beleza do pôr do sol na Praia do Jacaré é um dos cartões postais do turismo da cidade de João Pessoa. Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press - 20/5/09 |
Tanto Meira Lins quanto Costa Filho afirmam que pouco mais da metade do fluxo de turistas de Pernambuco é do próprio Nordeste, especialmente dos estados vizinhos. Não é diferente no Rio Grande do Norte e na Paraíba. Ano passado, uma pesquisa potiguar que avaliou a demanda turística mostrou (para surpresa até do governo) que o pernambucano era o visitante mais assíduo do estado, passando até o número de paulistas. O que não quer dizer que gente de fora não apareça por lá. Eles aparecem. Daqui do Brasil e do estrangeiro. Ficam hospedados nos hotéis de Natal ou então vão para Pipa.
A mesma pesquisa da demanda turística revelou que o brasileiro gastava, em média, US$ 59,50 por dia, contra US$ 115,40 do estrangeiro. O paulista Rodrigo Haritov, 35, está acostumado ao poder econômico dos gringos. Condutor de buggy (sim, o nome da profissão é essa), ele mora em Pipa há 16 anos. "A duplicação da rodovia vai aumentar a segurança e diminuir o tempo das viagens", diz Rodrigo, enquanto faz uma pausa no passeio de um dia inteiro com um casal norte-americano e a filha deles. Em média, ele fatura por mês R$ 2,5 mil. No verão, os rendimentos podem chegar a R$ 4 mil. Nada mal para quem tem um filho para sustentar.
Quem vem de fora, lembra Rodrigo, quer ver a casa arrumada. Na Paraíba, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) está avaliando a situação dos terminais de passageiros do estado. O objetivo é reformar o da capital. A intenção pode ser das melhores, mas a ideia vem sendo condenada por representantes do trade local, entre eles o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens da Paraíba (Abav-PB), Luiz Félix de Lucena. Para ele, um novo terminal deveria ser construído às margens da BR-101. Até para tornar mais fácil a vida de quem resolver se hospedar na cidade para acompanhar os jogos da Copa de 2014 no Recife e em Natal. Faz todo sentido.
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